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sábado, 24 de março de 2012

O Adequado emprego dentro do nível hierárquico do PM

             Há muito tempo que venho observando situações e acontecimentos que considero, no mínimo inusitados, quiçá desastrosos.
             É interessante citar que o regulamento militar é bastante claro quando se refere a hierárquia e a disciplina e, ao efetivo exercício do cargo e das funções.
             Não quero aqui ensinar "reza a santo" ou repetir algo que todo mundo já sabe que nós, militares estaduais ou não, podemos e devemos exercer funções superiores às previstas para nosso nível hierárquico, bastando para isso que o pretendente a ocupante da função esteja devidamente habilitado, assim poderá vir a perceber como se de fato fosse o titular, entretanto, isso não invalida a necessidade urgente de emprego por motivos emergenciais ou de iminente catástrofe, onde não há o que distinguir quanto ao adequado emprego do policial militar conforme a sua situação hierárquica, pois a situação urgente requer medidas urgentes cuja a execução caberá a quem estiver em melhores condições e com disponibilidade para realizá-la ou simplesmente por ser a única solução no momento. Não sendo assim há uma afronta clara as instituições da hierarquia e da disciplina, onde quem assim proceder em ordenar equivocadamente deverá vir a ser responsabilizado é a lei.
             Acontece, porém, que estamos vivendo tempos nebulosos e surreais nos quais desejos políticos e/ou aspirações pessoais atropelam a lei e pessoas desmedidas ou mais grave ainda, despreparadas, no afã de bem atenderem de qualquer jeito os seus "superiores" e se escondendo sob o manto da hierarquia e da disciplina, justamente as bases das razões existenciais do militar e as quais deveriam, de ofício, a todo custo proteger, expedem ordens esquisitas, metamorfas que em nada contribuem ou ajudam, no caso sabido, a resolver, minimizar ou estancar a situação de segurança públlica da região, mas subliminarmente conseguem dividendos politiqueiros para os que emitiram tal esquisitice e para os que a aceitaram.
             Quanto àqueles que realizaram tal empreitada, mera massa de manobra, resta engolir a farsa de um engôdo apresentado ao público e que sabedores são da sua ineficiência, uma cortina de fumaça para problemas mais profundos que aos gestores maiores cabe o enfrentamento e a solução, mas que simplesmente os ignoram ninguém sabe por quê....
             Isso não terá solução enquanto a instituição policial militar continuar atrelada totalmente ao meio político, pois continuará a ser usada e abusada em desfavor da população, dos adversários ou dos desafetos aos quais têm a obrigação constitucional de proteger, porém, há como minimizar o estrago através da via judicial que não tem, mesmo querendo, como fugir da fria letra da lei e da balança da justiça. Ao final nos resta a pergunta: é isso que nós queremos?

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